sábado, agosto 19, 2006
Ciao Nonno, sono affamato!
Era fim de tarde de quinta-feira. A fome apertava, então resolvi enviar um torpedo para o celular de minha mulher, fazendo um convite. Ela aceitou de pronto, e estava combinado: íamos jantar fora.
Escolhi um restaurante italiano, bem conhecido e bastante freqüentado. Muito bom, diga-se de passagem.
Chegamos lá por volta das 19:30. Ao entrar já notei algo de diferente. Antes, eram garçons, homens. Desta vez, mulheres.
E desce a bóia!
Ao começar o 'rodízio', meu desconforto começou. Primeiro, pelos garçons e garçonetes parados a poucos metros da mesa, que não tiravam os olhos. Se tem uma coisa que me deixa pouco à vontade é gente me olhando enquanto como.
A mesa, outrora farta, foi sendo preenchida por pequenos pratos - que podemos chamar de 'pires' - com os acompanhamentos. 'Deve ser impressão minha' - pensei.
E vieram as massas... em pratos minúsculos, sendo servidas com colheres de sobremesa (porque aquilo não era colher de sopa nem na China!).
A situação foi ficando cômica.
O garçom aproximou-se de minha esposa:
- A senhora aceita beringelas bipolarizadas com cobertura de homocinéticas rebimbocadas da parafuseta?
Caramba... que prato exótico...
- Não, obrigada!
Minutos depois, volta o garçom:
- A senhora aceita Penne ao molho Funghi?
- Sim, por favor!
E o garçom - habilidoso como um elefante em loja de cristais - serviu à minha esposa uma copiosa porção de penne: três pennes! Sim, três unidades!
A certa altura, volta o garçom:
- O senhor aceita nhoque frito com molho de ó do borogodó?
- Por gentileza, moço!
E o fulano coloca em meu prato dois nhoques! Eu falei DOIS NHO-QUES!
Aquilo virou motivo de piada. Eu não podia sequer rir muito alto, pois tinha uma moça (daquelas que a função é ficar de pé te olhando pra te deixar sem jeito e comer menos) que não tirava os olhos de mim. Se eu respirasse fundo, vinha a tal moça perguntar se queríamos mais uma porção de arroz, de polenta frita ou um suco de frutas silvestres das savanas africanas...
Minha fome ficou com vergonha e foi embora. Eu e minha esposa aproveitamos a carona e fomos também.
Para acabar com aquela noite insólita, parei em uma panificadora e comprei dois sorvetes, para dar uma forrada no estômago.
Como bem lembrou minha esposa: 'se a comida foi aquele fiasco, não valia a pena esperar para comprovar a sobremesa!'.
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Um comentário:
Hehehehehehe
Essa noite vai ficar gravada na memória...
Vai ver que, comer 2 nhoques e 3 unidades de penne é coisa de gente chique né?
Melhor nós irmos comer massa naquele outro lugar... o problema é que no dia seguinte vc não consegue ir para a natação...
Beijinhos meu amor!
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