sexta-feira, setembro 29, 2006

Lenha na fogueira


Hoje a tarde a coligação PT-PCdoB-PRB, que apóia a candidatura de Lula, solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impeça judicialmente a divulgação de fotos do dinheiro apreendido com petistas, para a compra do suposto dossiê.

Como reza o adágio popular, "tudo que é proibido é mais gostoso"...

Levando-se em consideração que este blog é um veículo de informação, totalmente imparcial, comprometido com a verdade, a ética e a seriedade, disponibilizo aqui a foto do dinheiro em questão.

Ampliei a foto em um editor de imagens e, para minha surpresa, percebi que uma das notas de R$ 10,00 que aparece na polaroid é exatamente a nota que utilizei dias atrás para saciar minha fome, comprando "dois pastel e um chopps" na feira.

Cadeira Vazia


É esta a postura esperada de um Presidente da República?

quinta-feira, setembro 28, 2006

Blogueiros


Já não bastasse o seu vício incontido por entorpecentes, bebidas alcoólicas, remédios de tarja preta e xampus tonalizantes, um conhecido blogueiro da cidade adquiriu mais um vício mortal na empresa: passa os momentos destinados à sua alimentação e repouso em frente ao computador, entretido em terríveis passatempos eletrônicos diabólicos e degenerativos.

Sua esposa, preocupada com a (falta de) saúde do jovem em questão, entrou em contato com a área de Recursos Humanos, a fim de descobrir o motivo que levou o anoréxico ser a perder mais de vinte quilos em pouco mais de uma semana.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Ética


Ontem recebi, via email, um discurso atribuído ao Senador Jefferson Peres (PDT-AM), proferido no dia 30 de agosto, no qual ele relata de forma direta e precisa a atual crise ética e política que assola o país.
Este problema que vivemos não é de hoje. E, infelizmente, não terá o seu desfecho tão cedo.

A grande - e triste - verdade é que vivemos num país de pessoas sem ética e preocupadas, única e exclusivamente, com o próprio nariz e com a satisfação de seus desejos e fantasias pessoais.

Se pensarmos de forma prática no bem comum e nas formas de promovê-lo, teríamos que realizar uma reforma completa de leis, instituições, cargos públicos e noções de ética e cidadania. Acho que não estamos maduros o suficiente para isto.
Às vezes pensamos que chegamos ao fundo do poço... Mas logo descobrimos que o fundo é ainda mais embaixo.

Nestes tempos atribulados, onde há uma corrente negativa que nos bombardeia com maus exemplos, o que nos resta é ficarmos firmes e sermos cidadãos corretos.

Faço minhas as palavras do Senador: "Curvo-me à vontade popular, mas não sem o sentimento de profunda indignação".


Pronunciamento do Senador Jefferson Peres no plenário do Senado Federal Brasília - DF

Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, depois de uma longa ausência de algumas semanas, volto a esta Tribuna para manifestar o meu desalento com a vida pública deste País.

Gostaria de estar aqui discutindo, a respeito das riquezas naturais do Brasil, e não como falarei, sobre algo muito pior: a dilapidação do capital ético deste País.
Senador José Jorge, poderíamos não ter um barril de petróleo nem um metro cúbico de gás, mas poderíamos ser uma das potências mundiais em termos de desenvolvimento.

O Japão não tem nada. Não tem petróleo, gás ou riquezas minerais. A Coréia do Sul também não tem nada disso, e nos dá um banho em termos de desenvolvimento não apenas econômico, mas também humano.
O que está faltando mesmo a este País e sempre faltou é uma elite dirigente com compromisso com a coisa pública, capaz de fazer neste País o que precisaria ser feito: investimento em capital humano.

Vejam que País é este.
Estamos aqui com seis Senadores em pleno mês de agosto, porque estamos em recesso branco.
Por que não se reduz a campanha eleitoral a trinta dias e transfere-se o recesso de julho para setembro?
Nós ficaríamos com o Congresso aberto, de Casa cheia, até 31 de agosto.
Faríamos trinta dias de campanha em recesso oficial, remunerado.

Estamos aqui no faz-de-conta.

Como disse o Ministro Marco Aurélio, este é o País do faz-de-conta.
Estamos fingindo que fazemos uma sessão do Senado, estamos em casa sem trabalhar.
Estou em Manaus há quase um mês, recebendo, sem fazer nada "para o Congresso Nacional, pelo menos".

Como se ter animação em um País como este com um Presidente que, até poucos meses atrás, era sabidamente "como o é" um Presidente conivente com um dos piores escândalos de corrupção que já aconteceu neste País e este Presidente está marchando para ser eleito, talvez, em primeiro turno?

É desinformação da população? Não, não é.

Se fizermos uma enquete em qualquer lugar deste País, todos concordarão, ou a grande maioria, que o Presidente sabia de tudo.
Então, votam nele sabendo que ele sabia.

A crise ética não é só da classe política, não.
Parece que ela atinge grande parte da sociedade brasileira.
Ele vai voltar porque o povo quer que ele volte. Democracia é isso. Curvo-me à vontade popular, mas inconformado.

Esta será uma das eleições mais decepcionantes da minha vida. É a declaração pública, solene, histórica do povo brasileiro de que desvios éticos por parte de governantes não têm mais importância.
Isso vem até da classe dos intelectuais, dos artistas. Que episódio deplorável aquele que aconteceu no Rio de Janeiro semana passada!
Artistas, numa manifestação de solidariedade ao Presidente, com declarações cínicas, desavergonhadas! Um compositor dizer que "política é isso mesmo, fez o que deveria fazer", o outro dizer que "política é meter a mão na 'm..'"!

Um artista, em qualquer país do mundo, é a consciência crítica de uma nação. Aqui é essa, é isso que é a classe artística brasileira, pelo menos uma grande parte dela, é o povo conivente com isso.
E pior, pior ainda: os artistas estão fazendo isso em interesse próprio, porque recebem de empresas públicas contratos milionários - isso é a putrefação moral deste País - , e o povo vai reconduzir o Presidente porque "política é isso mesmo".

Tenho quatro anos de Senado. Não me candidatarei em 2010, não quero mais viver a vida pública. Vou cumprir o mandato que o povo do Amazonas me deu, não vou silenciar.
Ele pode ser eleito com 99,9%. Eu estarei aí na tribuna dizendo que ele deveria ter sido mesmo destituído.
O que ele fez é muito grave. É muito grave. Curvo-me à vontade popular, mas não sem o sentimento de profunda indignação.

A classe política já nem se fala, essa já apodreceu há muito tempo mesmo.

Este Congresso que está aqui, desculpem-me a franqueza, é o pior de que já participei. É a pior legislatura da qual já participei.
Nunca vi um Congresso tão medíocre. Claro, com uma minoria ilustre, respeitável, a quem cumprimento. Mas uma maioria, infelizmente, tão medíocre, com nível intelectual e moral tão baixo, eu nunca vi.

O que se pode esperar disso aí? Não sei. Eu não vou mais perder o meu tempo. Vou continuar protestando sempre, cumprindo o meu dever. Não teria justificativa dizer que não vou fazer mais nada. Vou cumprir rigorosamente o meu dever neste Senado até o último dia de mandato, mas para cá não quero mais voltar, não!
Um País que tem um Congresso desse, que tem uma classe política dessa, que tem um povo... dizem que político não deve falar mal do povo. Eu falo, eu falo. Parte da população que compactua com isso? É lamentável. E que sabe. Não é por desinformação, não. E que não é só o povão, não. É parte da elite, inclusive intelectual. Compactuam com isso é porque são iguais, se não piores. Vou continuar nessa vida pública? Para quê, para mim, chega!

Vou continuar pelejando pelos jornais e por todos os meios possíveis, mas, como ator na vida política e na vida pública deste País, depois de 2010, não quero mais!

Elejam quem vocês quiserem! Podem chamar até o Fernandinho Beira-Mar e fazê-lo Presidente da República - ele não vai com o meu voto, mas, se quiserem, façam-no.
O meu desalento é profundo. Deixo isso registrado nos Anais do Senado Federal.

Infelizmente, eu gostaria de estar fazendo outro tipo de pronunciamento, mas falo o que penso, perdendo ou não voto "pouco me importa".
Aliás, eu não quero mais votos mesmo, pois estou encerrando a minha vida pública daqui a quatro anos, profundamente desencantado com ela.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Senador Jefferson Peres
30/08/2006

domingo, setembro 24, 2006

História e Geographia do Brasil


A história do Brasil, relatada em livros e passada de geração em geração, nem sempre retrata de forma fiel a realidade dos fatos. Na maioria das vezes, inventa-se maravilhosa fábula, contada (e aumentada) com o intuito de dar um alto grau de importância ao ocorrido, transformando os personagens em heróis veneráveis.

Sobre o grito de independência do Brasil, por exemplo, dizem alguns historiadores que o mesmo não ocorreu com tanta pompa, às margens do rio Ipiranga.
Mãããs, esta é uma outra história, para um outro momento.

Após uma vasta pesquisa em pergaminhos e outros documentos históricos, tive acesso "ecsclusivo" à história de uma conhecida cidade brasileira...

Tudo aconteceu em uma manhã quente de verão, no ano de 1654.
Um grande fazendeiro do interior de São Paulo, dono de muitas terras, porém de pouco estudo, estava às vésperas do nascimento de seu primogênito.
Aquele homem morria de amores por sua esposa, e sua felicidade seria completada com o nascimento da pequena criança.

Certa feita, visitando as mais recentes aquisições de terra, sua esposa, às vésperas do parto, acompanhava o marido na viagem.
Em dado momento, a jovem mulher foi picada por mortífera serpente, enchendo de angústia e medo o pobre homem.

Neste momento, um de seus empregados mais fiéis, ágil como um lince, tratou de pegar a jovem nos braços e colocá-la na condução. O marido, aturdido e congelado pelo medo, permanecia inerte perante a terrível possibilidade de perder a amada esposa e o esperado filho.

O empregado, desesperado e esbaforido, já em cima da charrete, gritava e gesticulava ao patrão, para que este subisse à condução, a fim de deslocarem-se à cidade mais próxima para dar um antídoto àquela terrível picada:

- Patrão! Ô hômi de Deus! Simbora! Simbora senão o soro acaba! O soro acaba!

Reza a lenda que a mulher foi devidamente medicada e passou bem, sem apresentar qualquer dano a ela ou à pequena criança que carregava no ventre.

O homem, satisfeito, voltou às suas terras e ali fundou uma nova cidade, em agradecimento à salvação de sua esposa.

E assim, meus amigos, transcorreu a história de fundação da cidade de Sorocaba, no interior paulista.

sábado, setembro 23, 2006

Causos, anedotas e fatos pitorescos


Há situações que vivemos diariamente que, quando na ocorrência do fato, ficamos desconcertados e sem reação. No entanto, passado algum tempo, tais situações tornam-se hilárias e rendem umas boas risadas.

Certa vez, estavam em uma reunião a professora, a orientadora educacional e a mãe de um aluno.
O objetivo da reunião era debater o andamento do aprendizado do aluno em questão.
Em dado momento, a professora diz à progenitora do pequeno rebento:

- Então, mãe, o seu filho é muito carismático!

A mulher, sobressaltada, boquiaberta e atônita, tratou logo de desfazer o "mal entendido":

- Não, professora! Nós não somos carismáticos, não! Nós somos evangélicos!

sexta-feira, setembro 22, 2006

Eclipse da nuvem


Hoje o Brasil assistiu a mais um incrível eclipse solar.
Em algumas regiões do Brasil o sol ficou encoberto em até 75%. Na região sul, mais precisamente, ficou em torno de 30%. Na verdade, aqui o sol ficou 100% encoberto - pela enorme quantidade de nuvens negras.

Vou consultar meus manuais de cabala e as profecias de Nostradamus para ver se este eclipse tem algo em comum com o escândalo do dossiê...

Pensando bem, acho que vou lançar um livro: "As centúrias Nem Pa Sabão". Do jeito que as pessoas se agarram a todo tipo de boato, logo estarei distribuindo autógrafos por aí.

"Ao raiar da grande batalha, a estrela vermelha investe contra o pássaro azul
Descoberta sua trapaça, grande atribulação volta-se contra ela
Ao escurecer do sol, a estrela agoniza e se apaga
O pássaro azul, vitorioso, alça vôo em direção aos céus."


segunda-feira, setembro 18, 2006

Brasil, mostra a tua cara!


Durante a tarde de hoje eu estava ouvindo o hino nacional...
Algumas pessoas ouvem Caetano. Outras ouvem Gil. Há aqueles que ouvem Betânia. Eu ouço o Hino Nacional.
O Hino Nacional não é MPB. MPB significa "Música Popular Brasileira". O Hino Nacional não é popular. Aliás, as pessoas nem sabem cantá-lo direito.

Enquanto ouvia, resolvi encaminhar o arquivo MP3 para uma amiga, que trabalha comigo.

Passados alguns segundos, fui chamado no comunicador instantâneo (uma espécie de MSN Messenger que utilizamos internamente):

Ela: O que eu quero com o hino?
Eu : Aprender a cantar, ser patriota e não votar no Lula.
Ela: Égua! Cê bebeu o que meio-dia? Meu, cara! Tava aki escutando um som tão massa... e tu me para pra escutar "isso"?
Eu : Que mané "isso" mulé?!? "Isso" é o Hino do teu País!!!
Ela: Vergonha do Brasil! Em tudo! Futebol...
Eu : Vergonha não é o país... Nem o hino, o hino é lindo!
Ela: ...Governo...
Eu : Vergonha são as pessoas corruptas desse país!
Ela: De que adianta um hino lindo para um país medíocre?
Eu : ... e não tô falando só de políticos, não! Mas de todas as pessoas que são adeptas do 'jeitinho brasileiro'! O país é formado por pessoas... Logo, não é o país que é medíocre, mas as pessoas que nele vivem!
Ela: De que adianta ser patriota, se não decidimos pelo país? É tudo uma farsa! Não dá pra confiar mais em ninguém... Democracia?!?
Eu : Claro que decidimos... O problema é que a gente não cobra, não exige os nossos direitos e não luta pelo que é certo! Você acha que se houvesse mais responsabilidade de nossa parte, mais cidadania, as coisas não seriam diferentes?
Ela: Não existe em quem votar! Portanto... De que adianta a democracia?
Eu : A corrupção só existe porque existem pessoas "corruptíveis". A democracia seria 'linda' se exercêssemos o nosso papel de cidadãos... De cobrar dos governantes... Mas o povo está acostumado a ficar de braços cruzados... A culpar o governo por tudo... A verdade é que o brasileiro é um povo folgado, preguiçoso...
Ela: Todos os anos faço meu papel ...voto em quem acho mais justo...mais competente...e sempre erro. SEMPRE! A culpa não é do povo não... Pode até existir pessoas que preferem não opinar... Não ligam para o resultado... Mas lá (governo) é tudo uma "panelinha"... Não tem mais jeito... Sempre tem um no meio para passar a perna, roubar, "ativar" a corrupção...
Eu : O nosso papel não é só votar.. é cobrar...
Ela: Podem existir bons governantes...mas não existe uma união na votação...a opinião é muito variável...
Eu : o grande problema é exatamente esse... As coisas só são assim porque nós deixamos! Em qualquer outro país (com cultura, lógico), as coisas pegariam fogo se acontecesse o que acontece no Brasil.
Ela: Nem todos querem o bem do Brasil parece... Tá doido!
Eu : Por isso que eu acho que realmente a educação é o que falta para o Brasil
Ela: Agora o Lula vem nessa... Ir contra a aposentadoria... é um FDP... tá doido... O que ele pensa com isso?
Eu : Esse aí... Nem pa sabão!
Ela: Poderia ser pior... Se pegasse fogo... Talvez existisse guerra... Por isso é melhor deixar como está.
Eu : ai, Cristo...
Ela: Não, de certo?
Eu : Bom... Então... Cruzemos os braços!

sábado, setembro 16, 2006

Nostalgia


Há dois anos, aproximadamente, entrava eu para o maravilhoso e pitoresco mundo dos blogs.
Na época um velho conhecido de guerra tinha um blog, e postava diariamente na grande rede.
Certa feita questionei o blogueiro em questão:

- Mas diga-me, Tunicu, o que você tanto escreve nesse blog?
- Ah mano! O camarada escreve de tudo, tá ligado? A coisa flui mano!

Nascia, então, o "Aí é Pá Cabá", que ficou no ar por aproximadamente um ano. Fui forçado a deixar de 'blogar', em virtude do blogger da época passar a ser cobrado.
Como pagar pra escrever bobagem não faz a minha cabeça, resolvi esperar que os bons ventos voltassem e, com eles, os blogs gratuitos.

Eles voltaram, e aqui estou eu novamente...

Para relembrar o passado de glória, estou postando uma imagem que foi exibida no blog "Fontes Seguras", de autoria dos blogueiros Naspa e Lord Byron, onde retrata o famoso blogueiro Tunicu (Dose pra Leão) num de seus momentos de descontração junto a seus amigos do peito.

Devaneios, conjeturas e elucubrações


Se o peixe-boi é um mamífero, por que não chamá-lo de boi-peixe?

Os tubarões-martelo só comem peixes-prego?

segunda-feira, setembro 11, 2006

Este é o planeta dos macacos...


Se vivêssemos em um mundo perfeito, onde todos tivessem o mínimo necessário à sobrevivência, ainda assim eu acharia um absurdo...

Um milionário russo comprou o celular mais caro do mundo: um modelo feito de ouro e coberto de diamantes da companhia suíça GoldVish. Ele pagou US$ 1,2 milhões, valor mais caro já pago por um celular, e vai entrar para o Guiness Book.

domingo, setembro 10, 2006

Educação é tudo


Quem acompanha a propaganda política, seja na TV ou no rádio, tem notado que vários candidatos à presidência vêm batendo numa tecla: educação. Bastou um candidato dizer que é o candidato da educação, que todos os outros puxaram para si o bordão. É uma pena que isto seja apenas mais um discurso eleitoreiro...

É óbvio que 'educação é a solução' para uma grande parte dos problemas brasileiros. Que o digam países como a Coréia do Sul, por exemplo. Neste país, em praticamente uma geração, a taxa de analfabetismo foi reduzida a índices baixíssimos, acarretando o crescimento e melhora em outras áreas: emprego, renda, saúde. Lógico, pois a educação melhora o mercado de trabalho, injeta mão-de-obra qualificada, cria cidadãos responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres perante a sociedade.

Particularmente, penso que estamos longe deste maravilhoso crescimento no Brasil. Não temos maturidade cultural e política para tamanha revolução. Vivemos no país do 'jeitinho', do faz-de-conta, do enriquecimento ilícito.

A opinião pública vez ou outra repudia os casos de corrupção na política, porém as coisas sempre ficam nisso. Arrisco-me a dizer que a população é, no fundo, conivente com a corrupção que assola as esferas políticas brasileiras. Se você acha que estou dizendo algum absurdo, olhe à sua volta: no seu trabalho, na escola de seus filhos, nos seus momentos de lazer, no trânsito, na comunidade em geral, em todo o canto para onde olhamos, deparamo-nos com o jeitinho brasileiro. Basta a situação permitir, que lá tem mais um brasileiro quebrando as regras. Já diz o ditado: 'a ocasião faz o ladrão'. Há um número incontável de barbaridades sendo cometidas diariamente, aos olhos de quem quiser ver.

Talvez por este motivo as coisas aconteçam livremente no Brasil, sem que culpados sejam punidos e dando-nos a impressão de que a justiça é falha, lenta e só julga os inocentes.

Hoje, navegando pela internet, tive acesso a mais um retrato da realidade brasileira, no que tange à educação e à cultura. Segundo reportagem publicada no Jornal do Commércio do dia 09 de setembro, em julho o brasileiro gastou mais com jogos de azar, cigarro e cabeleireiros do que com educação e cultura.

Segundo Jornal do Commercio:

As despesas com jogos de azar, cigarro e cabeleireiro contribuíram mais para a inflação de julho do que os gastos com livros, jornais e cursos de idioma, técnico e de informática. Essa comparação reforça a tese de quem acredita que o brasileiro não se preocupa tanto com sua formação intelectual e preparação profissional quanto deveria. Os dados foram retirados da participação de cada item de consumo na composição do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA é calculado com base nos gastos das famílias que recebem de um a 40 salários mínimos.


Em outro ponto da reportagem em questão, Jornal do Commercio cita o seguinte caso:

O trabalhador Xxxxxxx Xxxxxxx xx Xxxxx, 45 anos, reserva parte das suas receitas para jogar duas vezes por semana. Xxxxxxx, que concluiu o ensino fundamental, acredita que esse é seu principal item de despesa com diversão. 'Acho que gasto mais de R$ 100 por mês com jogo', calcula Xxxxxxx, que tem uma renda de cerca de R$ 1,2 mil. Questionado se gostaria de fazer algum curso, Xxxxxxx explica que falta tempo.


Infelizmente, este é o retrato de nosso país.

Esse é um dos motivos que me fazem acreditar que o voto deveria ser facultativo. Não consigo acreditar que uma pessoa sem educação e cultura seja capaz de eleger políticos honestos e comprometidos com os problemas da nação brasileira. Isso não é preconceito de minha parte, mas a triste conclusão a que chego quando vejo pessoas com pouca instrução vendendo seus votos por pequenos favores, como dentaduras e alguns reais no bolso.

Será que um dia teremos o prazer de ler uma reportagem que informe que o povo brasileiro investiu em educação um valor igual à soma de todos os outros gastos?


(Clique aqui para ler a reportagem citada. Exclusivo para assinantes do Jornal do Commercio ou do UOL)

quarta-feira, setembro 06, 2006

E por falar em Independência...


Pesquisas revelam que grande parte dos brasileiros não sabe o que se 'comemora' no dia 7 de setembro.

Questionados a respeito, várias foram as respostas:

- Tiradentes
- Descobrimento do Brasil
- Corpus Christi

Não estranharia se, em outra ocasião, dissessem que o Brasil foi descoberto por Cristóvão Colombo a bordo da embarcação Enterprise...

Desgraça pouca é bobagem



Não bastasse a terrível gripe que me castiga desde a noite de domingo, esta madrugada fui acordado com mais uma terrível sessão de cólica intestinal (para não falar diarréia).

Tudo indica que no feriado da independência estarei totalmente dependente dos lenços e outros tipos de papéis...

sábado, setembro 02, 2006

sexta-feira, setembro 01, 2006

O melhor do Brasil... será mesmo o brasileiro?!?


Esta semana recebi um email com o título 'O pensamento do dia'. Ao abrir, deparei-me com a seguinte pérola:

' Foi só mandar um brasileiro para o espaço, e já sumiu um planeta!'

Isso mostra como nosso povo está acostumado com tanta corrupção e falta de vergonha na cara. E isso não está apenas no governo, mas enraizado em toda a nossa sociedade.

Seria cômico se não fosse trágico...

segunda-feira, agosto 28, 2006

Utilidade Pública


Situação 1: Quinta-feira passada fui cortar meus longos cabelos, pois a situação estava um tanto crítica. Enquanto era tosado pela cabeleireira, rolava aquele papo de salão, falando-se de tudo um pouco.
A certa altura da conversa, a cabeleireira lançou uma pergunta a este que escreve: "Diga-me, nobre amigo, como faço para anular meu voto?".

Situação 2: Estava eu navegando na internet durante o sábado, quando resolvi entrar na página do Ibope, a fim de verificar as últimas pesquisas de intenção de voto.
Segundo a pesquisa em questão, 18% dos eleitores pretendem anular o voto para deputado federal. A reportagem fazia uma ressalva, dizendo que a maioria dos eleitores não sabe como anular o voto. O motivo deste desconhecimento deve-se, sobretudo, ao fato de que o TSE não informa aos eleitores como se anula o voto.

Pois bem. Como este blog é, acima de tudo, um poderoso veículo de informação, cultura e entretenimento, resolvi sanar a dúvida dos inúmeros visitantes que recebo diariamente.
Para anular seu voto, basta seguir a seguinte receita:
1 - Ao aparecer a tela solicitando a digitação do número do candidato/partido, digite "99" ( ou qualquer outro número que não tenha nenhum candidato/partido atrelado. O 99 é garantido ).
2 - Pressione a tecla Confirma ( verde ).

Pronto, você acabou de anular o seu voto!

quarta-feira, agosto 23, 2006

Tem coisas que eu não entendo


Ontem saiu a nova pesquisa Datafolha de intenção de voto para a presidência da República.
Eu estava imaginando que o Lula cairia nesta pesquisa, graças ao início da propaganda política.

Fiquei perplexo ao ver o resultado: ele continua vencendo no primeiro turno, inclusive subiu alguns pontos. Além disso, a avaliação do seu governo de ótimo/bom subiu para 52%. Um absurdo.

No dia-a-dia, conversando com as pessoas, vejo que pelo menos 90% daqueles que votaram no Lula nas últimas eleições estão desiludidos, e afirmam que não votarão nele novamente.
Eu mesmo votei nele. Minha esposa, meus amigos, meus familiares...

O que me deixa encucado é: se tanta gente que votou nele em 2002 não votará agora, de onde estão vindo os votos que ele continua ganhando a cada nova pesquisa?

segunda-feira, agosto 21, 2006

Pegadas...


Se fosse preciso definir a vida através de uma metáfora, eu diria que viver é como caminhar por uma grande praia.

Há momentos em que caminhamos a sós. Em outros, amigos e familiares nos acompanham. Há aqueles em que a praia está repleta de pessoas, porém sentimo-nos mais solitários do que nunca.
E, por vezes, a areia fica mais espessa, mais pesada, e o ato de caminhar torna-se muito mais penoso.
Vêm as noites, caem as chuvas, sopram os ventos, brilha o sol... Tudo pode acontecer ao longo do trajeto.

E o destino, o que nos reserva? Não sabemos...

Cabe-nos, simplesmente, continuar caminhando em frente.
É certo, todavia, que o momento da chegada dependerá única e exclusivamente do ritmo da nossa marcha - e da quantidade de passos certos que dermos.
Alguns passos, indecisos, empreendemos próximo ao mar; assim, caso tenhamos algum problema por ter dado tais passos, a maré fará a sua parte e apagará estes passos da nossa história.
Outros passos, mais determinados, empreendemos na areia molhada - porém longe do mar - para que tais passos fiquem para sempre marcados e nem mesmo as marés possam apagá-los de nossas recordações.

E ao sentir o cansaço desta caminhada interminável, o que nos mantêm firmes e dispostos a prosseguir, é o fato de olharmos para trás e percebermos quantos passos já demos, perdendo-se de vista além do horizonte.

sábado, agosto 19, 2006

Ciao Nonno, sono affamato!


Era fim de tarde de quinta-feira. A fome apertava, então resolvi enviar um torpedo para o celular de minha mulher, fazendo um convite. Ela aceitou de pronto, e estava combinado: íamos jantar fora.

Escolhi um restaurante italiano, bem conhecido e bastante freqüentado. Muito bom, diga-se de passagem.
Chegamos lá por volta das 19:30. Ao entrar já notei algo de diferente. Antes, eram garçons, homens. Desta vez, mulheres.

E desce a bóia!

Ao começar o 'rodízio', meu desconforto começou. Primeiro, pelos garçons e garçonetes parados a poucos metros da mesa, que não tiravam os olhos. Se tem uma coisa que me deixa pouco à vontade é gente me olhando enquanto como.

A mesa, outrora farta, foi sendo preenchida por pequenos pratos - que podemos chamar de 'pires' - com os acompanhamentos. 'Deve ser impressão minha' - pensei.
E vieram as massas... em pratos minúsculos, sendo servidas com colheres de sobremesa (porque aquilo não era colher de sopa nem na China!).
A situação foi ficando cômica.

O garçom aproximou-se de minha esposa:
- A senhora aceita beringelas bipolarizadas com cobertura de homocinéticas rebimbocadas da parafuseta?
Caramba... que prato exótico...
- Não, obrigada!
Minutos depois, volta o garçom:
- A senhora aceita Penne ao molho Funghi?
- Sim, por favor!
E o garçom - habilidoso como um elefante em loja de cristais - serviu à minha esposa uma copiosa porção de penne: três pennes! Sim, três unidades!
A certa altura, volta o garçom:
- O senhor aceita nhoque frito com molho de ó do borogodó?
- Por gentileza, moço!
E o fulano coloca em meu prato dois nhoques! Eu falei DOIS NHO-QUES!
Aquilo virou motivo de piada. Eu não podia sequer rir muito alto, pois tinha uma moça (daquelas que a função é ficar de pé te olhando pra te deixar sem jeito e comer menos) que não tirava os olhos de mim. Se eu respirasse fundo, vinha a tal moça perguntar se queríamos mais uma porção de arroz, de polenta frita ou um suco de frutas silvestres das savanas africanas...

Minha fome ficou com vergonha e foi embora. Eu e minha esposa aproveitamos a carona e fomos também.
Para acabar com aquela noite insólita, parei em uma panificadora e comprei dois sorvetes, para dar uma forrada no estômago.
Como bem lembrou minha esposa: 'se a comida foi aquele fiasco, não valia a pena esperar para comprovar a sobremesa!'.